segunda-feira, 1 de maio de 2017

Santa Teresa, a primeira colônia fundada por imigrantes italianos no Brasil

A história de Santa Teresa se inicia no ano de 1874, com a chegada da primeira leva de imigrantes italianos a bordo do navio a vela “La Sofia”, vindos do norte da Itália, por meio da Expedição Tabacchi.
Muitos fatores impulsionaram a emigração italiana, dos quais podemos citar: o desenvolvimento do capitalismo que expulsou boa parte dos camponeses do campo; a superpopulação; a falta de terras para cultivar devido ao reduzido tamanho dos terrenos; o relevo muitas vezes acidentado e o solo varrido por seguidas enchentes; os altos tributos; a insegurança e o medo em meio às guerras pela unificação; o redimensionamento das fronteiras com a Áustria; a miséria, a fome e as doenças que atingiam muitas famílias daquela região.
No mesmo período em que o Norte da Itália enfrentava tantos problemas, na Província do Espírito Santo, um cenário favorável a imigração se configurava. Na segunda metade do século XIX, o governo provincial desejava ocupar terras com imigrantes europeus e expandir a produção de café.  Assim a necessidade de mão de obra, disponibilidade de terras e um cenário político de paz (ausência de guerras), trouxeram milhares de italianos à Província do Espírito Santo e foi responsável também pela ocupação das terras que hoje formam o município de Santa Teresa.
O navio “La Sofia” chegou ao Porto de Vitória em 21 de fevereiro de 1874, com 386 famílias, com destino a Colônia de Nova Trento, hoje distrito de Santa Cruz, município de Aracruz – ES. Porém o empreendimento não prosperou devido às condições de vida oferecidas. Um grupo seguiu para as colônias do Sul do Brasil, enquanto outros 145 italianos, ficaram hospedados em barracões em Vitória, à espera de um destino até aceitarem a proposta do governo estadual para se instalarem na Colônia Imperial de Santa Leopoldina. Chegando a Colônia seguiram por trilhas abertas em meio à floresta, a pé ou no lombo de animais, até alcançarem os lotes que ocupariam no Núcleo do Timbuy, território do atual município de Santa Teresa – ES.
Oficialmente, a imigração italiana passou a ser incentivada pelo governo com a chegada do navio “Rivadavia”, que aportou em 31 de maio de 1875, com 150 famílias italianas, encaminhadas para Colônia de Santa Leopoldina, dentre as quais 60 famílias seguiram para o Núcleo Timbuy. Em 26 de junho de 1875 ocorreu o sorteio dos lotes territoriais.
As correntes migratórias provenientes da Itália permaneceram em maior quantidade até o início do século XX, mas também há relato de entrada de imigrantes no período entre guerras. Os colonos se dedicavam à agricultura, com destaque para o cultivo do café e grãos e algumas experiências bem sucedidas semelhantes às culturas do Trentino, tais como a videira e o bicho da seda.
O nome da cidade tem duas possíveis origens ou até mesmo uma união das duas situações. Uma delas provém da fé de uma das colonizadoras que, aos pés de uma árvore conhecida na região por Pau-Peba, fixou uma imagem de Santa Teresa, trazida da Itália. Na sombra dessa árvore se reuniam os colonizadores para suas orações. A segunda dá-se pelo fato da Estrada de Santa Teresa, que ligava Vitória (ES) a Coité (MG), cortar o Núcleo Timbuy.
A cultura do município carrega diversos traços relacionados à história das imigrações europeias, dentre elas: alemã,
Com base documental localizada no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo é possível afirmar que Santa Teresa é a Primeira Colônia de Imigrantes Italianos do Brasil, de maneira que a cidade já é reconhecida por meio da Lei Estadual Nº 10.378/15 como a Capital Estadual da Imigração Italiana e tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei de reconhece esse título em esfera federal.
Data de Fundação do Município: 26 de junho de 1875
Data da Emancipação do Município: 22 de fevereiro de 1891

População com descendência italiana no Município: aproximadamente 90% (Vice-consulado Italiano no Espírito Santo – 2010)

Fonte: http://turismo.santateresa.es.gov.br/dados-historicos/

Um comentário:

  1. Última foto, um desfile escolar na frente do Grupo Escolar Pessanha Póvoa.
    Rua sem calçamento, areia.

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